sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Divagando - Aos que Estão Cansados

Deixe que a brisa endireite a estrada. Não esqueça de sentir o céu. Fora das paredes há vida. As lágrimas secam com o tempo, o que não deve secar é teu coração. Ouça a música que há em cada coisa. Sinta tua alma, ouve o que ela diz. 

São nos dias tristes, em que ela está curvada e pesarosa, é que sinto a mão de Deus firmando meus pés. Ainda que toda a tristeza me envolva e que me falte alegria, sinto que não vou perecer na dor. A esperança vem tímida brotar no peito. É quando, em apenas um segundo, eu entendo o que é Deus, de onde vim, pra onde vou. Vislumbro o dia em que Ele virá revestido em toda sua glória. Consegues ver?

O choro dos injustiçados será a semente de um novo canto. Os joelhos se dobrarão, mas não de cansaço. A paz não será só uma palavra. O nosso Deus estará aqui em sua majestade. Depois de toda dor que vimos  e fizemos Ele passar. Depois de ouvir todos rindo do que acreditamos. Depois de ver o mundo esmagar nossos sonhos. 

Então deixe que a brisa endireite a estrada. Sinta o céu. Sinta tristeza e angústia. Mas não deixe secar teu coração. Seja qual for a dor da tua alma hoje, há alguém que sofreu toda a dor que se pode sentir. Um rei que nos chamou para guerrear de uma forma diferente. E diferentemente dos outros reis, ele se colocou  à frente de seu exército, para que o atingissem e nós não fossemos atingidos. Tenha força, tudo vai dar certo no final. Consegues ver?


terça-feira, 22 de novembro de 2011

Eu te Amo a Mim

Uma vez ouvi alguém fazer a comparação de um relacionamento à colagem de duas folhas de papel uma na outra. A cola seria  o motivo da união: Amor, atração, interesse, entre outras coisas. A capacidade de colagem seria determinada por esse motivo, estabeleceria quão forte seria essa união.

Quem já tentou descolar uma folha da outra percebeu que é algo catastrófico. Elas se rasgam, se despedaçam, partes de uma delas ficam na outra. Não importa qualidade da cola, se ali permaneceu algum tempo, é impossível não se rasgar alguns pedaços. Às vezes mais de uma do que da outra.

O que seria diferente entre duas pessoas? Por acaso o tempo e a intimidade, os sentimentos e os momentos compartilhados não nos tornam parte do outro e, da mesma forma, o contrário? O princípio de tudo não é o de "se tornarão um só"?

Se desfazer de algo que passa a ser parte de você. Uma conexão através de sentimentos que ligam à alma. Amputar um pedaço do que passava a compor seu espírito não é diferente de uma amputação física. Uma limita as ações do corpo, a outra limita as ações da alma, da mente.

Quantas pessoas estão hoje estão em depressão, dormentes, iradas, incrédulas? Quantas não se voltaram pra si e não podem recomeçar uma vida por causa de uma separação? Sensações e sentimentos que atrapalham todas seus projetos, sua vida.

Uma cultura se propaga: antes só do que mal acompanhado. As pessoas optam por estarem sozinhas. Se privam de relacionar-se, sem ser fisicamente, com as outras. Porque não há mais confiança, não há mais o sentido do respeito, o sentido da união. É uma realidade que existe e predomina. Estão erradas por pensarem assim? Quando só o que encontraram foi dor e rejeição? É fato que alguns simplesmente optam por isso apenas por que gostam de ser assim.

Em um momento em nossas vidas, perdeu-se a responsabilidade pelo outro. Perdeu-se a coragem de amar. Os valores foram invertidos e, nesse caso, sua ordem altera o produto. Amor hoje baseia-se em sexo. O próprio ato sexual ganhou o nome de fazer amor. O relacionamento só funciona até que não se limite, de nenhuma forma, a liberdade ou aquilo que é parte de você. Quando é exatamente o contrário. O amor é paciente, o amor espera. O amor não é carnal, a paixão é. O amor é anular-se em alguns momentos para a felicidade do outro. Mas não de forma negativa, de forma opressora, pois é um estar-se preso por vontade. O amor identifica o que é frívolo em nossas vontades e que pode ser eliminado em prol de outrem. Da mesma forma, sabe o que é fundamento, sabe o que não pode ser desprezado apenas para satisfazer necessidade, também supérfluas, daquele que se ama. Ele entende que não há perfeição e é provado justamente nas horas que essa imperfeição se manifesta. 

Para tudo isso é necessário tempo, amadurecimento. A velocidade com que se diz eu "te amo" hoje em dia acompanha o ritmo acelerado de nossas vidas. A banalidade e a completa distorção desse termo é algo evidente em nossa geração e, muito mais, nas próximas. Vemos que a sociedade não está educada emocionalmente, e o que o individuo é afetado de duas formas nesse sentido, ou como vitima da cultura do amor sem compromisso, ou como agente. No final de tudo, ambos sofrem. Uns terão vazio, para os outros sobrarão cicatrizes. 

Santo Agostinho falou algo parecido com "ama e faz o que queres". Se amamos a Deus, amamos ao próximo, amamos a nós. Nesse caminho não há confusão, não há erro. Saberemos como agir perante ao outro. Saberemos o que esperar, saberemos a hora de agir. Conheceremos quando ceder e quando negar. Entenderemos que amar é cuidar e se responsabilizar pelo outro. E não apenas mudar seu relacionamento em em redes sociais, postar fotos juntos, passear e escutar músicas românticas. E sim, trabalhar para o verdadeiro bem de alguém e, o mais difícil, não esperar nada em troca. 

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Na Manhã

(Música: Jean Canuto e Nicodemos Canuto/ Letra: Adan de Carvalho)                                                                                

Vi  em Seus olhos
Algo que me fez acreditar de novo 
Em um dia bem melhor pra nós

Meu caminho, minha estrada
O que tenho e o que sou
Vou seguindo em frente
Vou aonde Você for

E assim, serei eu mesmo e mais
Serei Seu,  onde for,
Vou além se com Você estiver
Até onde alcança o seu amor

Ouvi  Sua voz
Me dizer que não há
Nada a perder
Se eu apenas entregar  (eu vou)

Esteja aqui na manhã
Que eu veja tua face
Olhando
Teus olhos sejam os meus


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O Caminho

Mais uma da Orah

(Música e Letra: Adan de Carvalho)

Eu sei, faz tempo
Que tudo aconteceu
Mas sinto aqui dentro um vazio em mim

É como se não pudesse me perdoar
Por tudo que fiz
Será que foi certo?

Meu Deus, me mostre o caminho a seguir
Faça com que meu coração possa ver
Por qual estrada eu devo ir
E que a Tua vontade se faça em mim

Às vezes sinto que devo consertar
Mas algo me diz pra ir em frente
Perdido no escuro, não quero me enganar
Não sei o que Tu queres pra mim

Meu Deus, me mostre o caminho a seguir
Faça com que meu coração possa ver
Por qual estrada eu devo ir
E que a Tua vontade se faça em mim



quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Despétala

O medo lhe acordava no meio da noite. Isso quando a dor lhe deixava dormir. A mão no coração tentava desfazer o nó no peito. As cenas passavam repetitivamente em sua mente. Os sonhos, os planos, a felicidade. Ela preparou a alma pra que os dois se tornassem um. Fez das coisas que ele dizia, a canção de seus dias. Deu a ele seus melhores sorrisos, os mais sinceros olhares. Como um porto seguro em um mar de receios e coisas desconhecidas, assim era o seu ombro pra ela. A fragilidade de sua natureza se transformava em força, a qualquer sinal de que ele precisasse dela. E por que agora o desamor? Por que frios os olhos congelam os sonhos? Por que mudou de lugar o sentimento? Por que não era boa o suficiente? O que no mundo poderia ser mais importante do que aquilo que era tão forte em seu peito? O espelho passará a julga-la feia. Todos na rua passaram a zombar dela, sem ao menos conhecê-la ou fizessem a mínima ideia do que vivia. As noites eram longas demais pra serem dormidas. Os dias eram curtos demais para serem vividos. A voz faltava. Uma música, um riso, algo escrito em uma folha, a foto no celular que não se apagava, os lugares que iam juntos, tudo era sufocante. Tanta coisa que via, tudo era pra ser compartilhado. Mas com quem? Choro. Por que? Por que só decidiu mudar o seu caminho? Por ela não podia ir junto? Tantas perguntas. E o sentindo das coisas perdiam-se, porque o que era mais importante em seu futuro, não existia mais. Choro. É quando Deus consola. É quando seu amor faz com que haja um motivo pra se levantar a cada dia. É quando Ele devolve o pedaço de sua alma que foi tirado tão repentina e injustamente. É quando ela vê que ainda há vida. E seus joelhos que se dobravam mendigando amor, se dobram agora pedindo força pra recomeçar e a paz de um futuro bom. O coração que chora, cicatriza. O sentimento de desprezo se apaga.  Talvez fiquem coisas que machucam por toda vida. Mas há ainda uma vida, há uma vida.