sexta-feira, 23 de maio de 2014

Sobre Ter Fé


Deixa eu te falar um pouco sobre o que é ter fé. Sabe quando escurece e você faz planos para o dia seguinte? Não há certeza que ele virá, mas está acostumado que o sol nasça todas as manhãs. Intuitivamente você crê. Racionalmente você entende. Empiricamente você concebe. Disso que falo, não é ter fé. A fé toma lugar onde a razão não chega. Ela lê o inteligível e explica o que os mais elaborados e eloquentes discursos não podem explanar. Clareia a sala, ainda que não haja luz. É o porto que abriga os que navegam sozinhos. Ela é o afago que acalma a desesperança. A mãe de toda a esperança. Ela é o que não se viu e nem se ouviu, mas o que o coração aprendeu a amar. É mar de certezas daquilo que não se pode comprovar. É prova de que não é o mais forte que sempre vence, mas o que crê. Porque é muito fácil lutar e vencer quando se tem tudo para prosperar. Porém, há quem nasça na contramão, com um destino escrito de antemão. Aqueles que entendem que a sorte não é justa. Para esses, ter fé é ar.  É o vento que lhes dá asas. É o peso que favorece. O caminho que os leva àquilo que precisam. Pena que nem todos saibam o que precisam. A fé é tão importante que até o conhecedor de todas as coisas a possui. Pois Ele teve fé ao criar um ser que iria abandoná-Lo e desprezá-Lo. Contudo, foi nesse desprezo e abandono que nasceu a fé. A mais genuína delas, a de pai. Aquela que acredita com todo coração que ainda que o filho se perca, ele saberá como voltar. Dizem por aí que a fé é cega e burra. Mas se for pra ver um mundo sem fé, também prefiro ser cego. 



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