Espero o silêncio passar. Apego-me
em cada gesto que se disfarce de esperança (pensando bem, acho que eu os visto assim).
Vírgulas viram frases, frases viram promessas, promessas não existem nesse
momento. Então me reservo ao direito de desanimar. Mas ele me foi revogado pelo
que realmente importa no fim das contas. É o que prefiro pensar, é no que
acredita meu coração. Então me acalmo. Contenho os anseios e, assim, me escondo
das frustrações. E delas, eu sou o pai. Espero. Quero o brilho que nascia do
olhar. Quero o olhar que iluminava. Ouvir de novo a melodia que só eu entendia e
desprendia da voz. Quero o perdão que vagorosamente caminha até mim, mas que,
às vezes, para ao longe e me olha pensando se continua ou não. Triste espera.
Por vezes, acho que ele é surdo. Grito pra que não pare, que se achegue. E quando ele estiver aqui, não vai mais
precisar existir. Vou lutar com todas as
forças para não chamá-lo. Que Deus me dê forças e seja o som que faça o
silêncio passar. Enquanto isso, o espero passar.
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